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love me in the weekends

MARATONA DE DESENHO

"Maratona mundial de desenho vai passar pela baixa do Porto

O segundo sábado de Abril é o escolhido para o próximo SketchCrawl. Os portuenses são convidados a encontrarem-se na Ribeira e a desenharem tudo o que forem observando. A cidade vai passar para o papel – o que, desta vez, não é mau.

Acontece a 11 de Abril a 22ª edição do Worldwide SketchCrawl, que vai passar pelo Porto. Esta Maratona de Desenho consiste numa acção simultânea em várias partes do mundo, em que a arte representa um factor de união de vários grupos de pessoas que se reúnem com o objectivo de desenhar a cidade.

A ideia surgiu há cerca de quatro anos e é de Enrico Casarosa, que um dia resolveu sair e registar em desenho tudo o que via. Ao perceber que desenhar implica que se observe as coisas em redor de forma mais cuidada, achou que seria muito mais interessante tornar o acto num evento comunitário, em que o registo do olhar servisse como união entre vários grupos de pessoas: «Cedo percebi que era muito mais interessante fazer a maratona com um grupo de artistas e não sozinho», lê-se no sítio oficial.

A participação no evento é gratuita e está aberta a todos os que quiserem registar a cidade, quer seja através do desenho da arquitectura, das pessoas ou do património.
Depois dos registos concluídos, os desenhos serão digitalizados e disponibilizados na página oficial da iniciativa, para que todos possam trocar opiniões e ideias sobre o que foi produzido.

No Porto, o encontro faz-se junto à escultura do Cubo, na Ribeira, pelas 14h00. O dia 11 de Abril é um sábado. Podem (e devem) trazer-se amigos e familiares, de modo a tornar esta experiência ainda mais global."


PÁGINA OFICIAL: WWW.SKETCHCRAWL.COM


Apareçam, lá estarei : )

BATALHA DE ALMOFADAS








a senhora Limão no inicio disse-me que não tinha trazido
almofada, no entanto, minutos depois, veio-me atacar




nota: a minha almofada não era pirosa mas vintage

CAMERA: LOMITOS YELLOW FLASH
FILME: LOMO 35MM RED-SCALE

A SITUAÇÃO

Num belo canto da Europa atirado para os braços do Mediterrâneo e Atlântico, entre montanhas e rios de ouro, guadianos e tejos, eis que encontramos Portugal, país de clima normal e bem servido de bife e vinho tinto. País filho de um jovem que, na sua febre de adolescência, combateu contra a mãe, numa birra de puxar cabelos e depois contra os mouros e os mares, para hoje, felizmente, termos o nosso Portugal e a nossa personagem típica, o Zé povinho, jovem que gosta dos dias de sol, das praias cheias de miúdas e duma bela mini fresquinha a acompanhar o seu “par lá pie” para a senhora dona Maria que se concentra em fazer os encantos e desencantos do Zé, fazendo-lhe a comidinha, lavando-lhe a roupa e rezando frente a Santo António, até que este a possui e todos os pecados são louvados em gritos e suores. Amén.
Acontece que Portugal, país pertencente à União Europeia, algo que se deu alguns largos anos após a bela revolução de Abril, a revolução dos cravos. Até em revoluções o Zé não perde tempo no engatar da miúda, uma beleza... A união Europeia, senhora dos fundos e do dinheirinho, com regras contra-ditatoriais e ainda bem, filha da democracia, deu a Portugal o que se quer, os belos fundos que nem as pequenas e nem as médias empresas, muitas vezes, os chegam a ver, nem estas nem as escolas ou outras instituições culturais.
O Portugal hoje vive num clima de insatisfação estranhao, resumindo: tudo se queixa, mas nada se faz. Há festa à sexta à noite, aos sábados, só a partir da tarde, porque, de manhã, trabalha-se com a ressaca de sexta e domingo é o dia do chazinho e do “Xanax” para as febris dores de cabeça, às quais hoje chamamos ressaca.
Mas a que se deve este clima de insatisfação? 2008 trouxe-nos as oscilações de petróleo e o carrinho começou a ficar, às vezes, na garagem, porque a gasosa estava cara e no porto há metro, por isso um gajo sempre poupa umas c'roas para poder gastar nuns copos, umas cervejas e ainda dá para os palitos de fumos. Em 2009, eis que chega a anunciada crise, ou seja, depois do “3..2..1...FELIZ ANO NOVO” eis que os nossos bolsos começam a romper e já nem há moedas para os bolsos nem bolsos para as moedas, como também não há dinheiro para os belo boxers e a cueca tradicional, eis que nos ficamos pelo fio-dental, anunciado como última novidade, bom para jantares dançantes, casamentos e despedidas de solteiro, no entanto também pode ser usado no dia a dia, isto porque caso de nos esquecermos da escova de dentes em casa e não quisermos ir para o “date” com a nossa “mon chérie” com os dentes como se fosse uma montra de talho em formato compacto, podemos sempre ir à casa de banho e cuidadosamente tiramos as nossas belas cuequinhas e com o fio dental tirar as farripas de carne originárias do belo meio-bife do almoço e, assim, ficamos com os dentes num brinquinho.
Eis ao ponto que chegamos. No Portugal que somos temos cinco condições: Muito rico, ou seja Belmiros de Azevedos, Joe Berardos e, portugueses que já sugaram muito aos seus conterrâneos. Ricos, o chulo de call girls, dirigentes desportivos e toda essa fauna semelhante, sendo a excepção o grupo de pessoas que conseguiu subir na vida justamente. A classe média, que ora vai descaindo para cima ou para baixo da pirâmide social, aponta neste momento para um descida em declive, chegando mesmo a uma possível extinção como acontece no Brasil onde o contraste social é bastante elevado. Classe pobre, gente que provem muitas vezes da classe média, gente que vai perdendo os seus empregos devido à crise mundial que se vai alastrando. E o muito pobre, aquele que quase não tem para os gastos diários, filhos do desemprego e muitas vezes do álcool e das drogas, pois a não terem outro meio, refugiam-se na subsistência psicológica, mergulhando nessa miséria. Existem outras pessoas entre estas classes e basta saírmos à rua para as vermos nas suas actividades de gamanço urbano e pedindo para o sustento do corpo e da droga, pessoas que vivem no parapeito das catedrais económicas da cidade e que acordam mais cedo que a cidade para irem pedir para a sua dose diária, quando dá. Esta gente, filha da desgraça própria, nasce das crises sociais, vemo-la hoje a pedir para comer e a muito custo damos algo, sabendo que aquele dinheiro é, não para alimentar o estômago, mas todo o corpo, filho adoptivo da mãe droga que vive com os peitos cheios de leite, pois estes filhos não encontram outro abrigo senão nela que lhes dá o leite fértil da vida que avança em contagem decrescente, mais decrescente do que suposto devido às sidas e doenças que rebentam uma pessoa toda por dentro e por fora.
Com o crescer do desemprego, a nossa cidade torna-se cada vez mais sombria, à noite, cautela máxima e olho dos deuses apertado ao máximo, não cabendo nem uma cenoura, e lá andamos nós assim com um cagaço dos diabos de sermos assaltados ou espancados em plena via pública com direito a posterior estadia no hospital do chão, enquanto esperamos ajuda. Vivem-se tempos sombrios, escuros e violentos, o filme ” Week-End” de Jean-Luc Godard já os anunciava, com aquele retrato quase satírico duma sociedade de consumo e em completa degradação, desde o nível social ao económico, passando por todos eles. Se este filme, para Godard, anunciava o fim do cinema e o fim do mundo, o que poderemos anunciar nós, hoje? Para quem viu o filme, certamente ficou bastante espantado e impressionado com o ridículo das personagens, com a forma como estas estavam tão agarradas a si próprias numa sociedade de consumo a decair. É cada um por si, uma corrida desenfreada pela vida, onde não se liga nem a deuses nem a bíblias, mata-se se o tiver que fazer e bate-se nas costas da pessoas até ela se engasgar. No entanto, esse filme retrata e bem a sociedade do nosso tempo, apesar de já ter sido filmado (imagine-se) há uns 40 anos, e ser extremamente actual, pois o que se passa é o que realmente acontece no nosso dia à dia. Apesar da anestesia Salazarista, que nos custou muita ignorância e luto, hoje, depois do 25 de Abril e de uma nova implantação da democracia, eis que nos deparamos com uma libertinagem bastante violenta. A polícia é vista como elemento a abater, o que eu acho bastante errado. A polícia perde assim o respeito que deve e cria-se uma anarquia constante e sem dó, nem ré, nem mi… é uma desafinação total, toca-se tudo desafinado, fruto da informação viciada e do vizinho que não se cala a falar mal do país, mas que continua a coçar o direito sempre em posição horizontal. Não é novidade nenhuma dizer-se que, com o desemprego, a mulher vai para a rua vender-se para trazer o pão que o homem não consegue. No entanto há prostituição para todos os níveis, desde o luxo ao buffet de pequeno almoço. Hoje vê-se de tudo e estas e os seus guarda-pombas, os chulos, invadem as ruas do nosso Porto, cidade de vinhos doces e finos, transformando-a na cor do vinho, preto com um pouco de “bordeau”, misto da escuridão das ruas e da virgindade rompida em chulices e sangue derramado. Hoje, nem com Camões nem com naus se conquista a qualidade, pois proliferam bandidos e companhias limitadas que invadem as ruas sugando e sugando.
É preciso acabar com as mamas dos ricos, políticos e dirigentes e etecetras que nadam no estilo rã, esticando a mão direita e desviando dum lado mão esquerda. E ainda, refiram-se, as pessoas que vivem à custa dos rendimentos mínimos, e que não querem trabalhar, parasitas da sociedade, porque cada um rouba como pode. É necessário mudar, não podemos mais ficar parados a chatear o vizinho com os dias que estão maus. Certo é que é incerto de onde esta crise veio e quando vai; certo é que em 2001, Raul Simões Pinto já a referia na sua escrita.

Eurico, Março de 2009

NERD PARTY










I'm Helvetica, my "R" is ugly.
Helvetica i don't love you